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terça-feira, 27 de junho de 2023

A imagem do amor que tínhamos


 

            A imagem do amor que tínhamos

 

       Cactos. Com açúcar. Um entardecer perfeito seguido de noite tempestuosa, escuridão completa iluminada por relâmpagos, belos, mas perigosos; e trovões assustadores como pano de fundo.

          A afirmação viva de todo paradoxo existente no universo, somadas às sensações naturais, artificiais e passíveis de descobertas.

          Uma visão do horizonte árido e seco, a resiliência alimentada por felicidade, corroída pelo ódio causado pela frustração. Ódio letal, mas passageiro, jamais motorista.

          Retoques dourados valiosos em objetos toscos, aplicados com mãos piedosas e limpas sem nenhum cuidado, apressados, impiedosos.

          E ainda assim sobrevivia. De forma imprevista, uma surpresa em cada curva, sem cobranças audíveis; nada que um toque entre as mãos não resolvesse. Funcionava sem concessões, com ferimentos e machucados curados com vodca e boa vontade. A tristeza adicionava períodos soturnos enquanto durava, sem autopiedade nem acusações infundadas.

          Os dias duravam séculos, o sono não nos alcançava, as maratonas eram exaustivas e compensadoras, o ritmo era constante.

          Hoje o que se vê são terrenos mortos, vazios, cobertos por um céu pálido. Não há brisa, muito menos ventania; sem férrea determinação, sequer mania...

          Olhares cegos para o óbvio, batidas lentas de corações anestesiados. Ausência de presente, inexistência de futuro. Constatação de um passado distante que se esvai a ponto de não deixar certezas. Uma dúvida tão real que tende a desaparecer.

 

                                   Marcelo Gomes Melo

 

sábado, 24 de junho de 2023

A Era do anoitecer assombrado


 

               A Era do anoitecer assombrado

      

   Vive-se em uma época em que o dinheiro seduz muito mais do que o intelecto. A imagem pública é pautada pelo status pueril das marcas que lhe vestem, dos automóveis que lhe conduzem e até dos aparelhos celulares que são ostentados.

          Frequente locais em que possa ser visto, beba o drinque mais caro, ouça as músicas da moda, cantadas pelos piores cantores e com as letras mais inócuas, defenda posições políticas condescendentes, valorize o politicamente correto e jamais esqueça de eternizar através de vídeos e fotos para as redes sociais.

          Fique bem com os seus pares, dê palpites superficiais sem nenhum fundamento, sorria falsamente e repita clichês dos quais não tem nenhuma noção do significado.

          Defenda uma versão do amor livre dos anos 70 mesmo sem conhecer o movimento e desconheça os problemas atuais, mortais; viva uma vida desqualificada, enxergue através de uma visão míope por trás de suas lentes coloridas, enalteça o lixo que consome e adormeça feliz no pântano nojento que ajuda a criar diariamente. Submeta-se às definições confusas que lhe entontecem e limite as suas ações por mera preguiça e incapacidade, cultive a imbecilidade própria e a espalhe aos quatro ventos sem medo.

          O mundo precisa reciclar a si mesmo, de tempos em tempos, como o organismo vivo que é, eliminando todos os seres nocivos à sua sobrevivência secular. Quanto mais idiotas forem destruídos pelos tufões, incêndios, desastres, mais o planeta facilitará a renovação dos seus recursos.

          Os únicos idiotas que procurem maltratar o planeta, acabando com o próprio habitat é o ser humano, formado por uma maioria de incapazes inúteis com mania de superioridade. Qual é a vantagem de estar no topo da cadeia dos predadores?

          Bem-vindo ao século do anoitecer sombrio.

 


 

                                   Marcelo Gomes Melo

 

 

segunda-feira, 19 de junho de 2023

A razão do meu sorriso


 

                      A razão do meu sorriso

 

Não são pétalas de rosas que, impulsionadas pelo vento açoitam o meu rosto em uma tarde de outono no caminho do parque das ilusões; muito menos o arrepio involuntário que a vista da cidade me causa, daqui do ponto mais alto, o pico do mundo.

A alma ajustada ao corpo, momento de sintonia fina em que se alcança respostas plausíveis para a existência, valorizando o nível de tranquilidade maior, que é o que todos os seres humanos perseguem durante a completa existência.

A comemoração da amizade real, que exalta as sensações e promove a percepção detalhada do “estar junto” mesmo sem palavras, complemento essencial para uma vida plena, feliz e cooperativa.

O controle das paixões sem perder o arrebatamento necessário ao consumo de cada célula de prazer, lidando com os terrores que vêm acoplados com firmeza e domínio das próprias emoções, sem moderá-las, transformando-as em frieza.

O toque suave e constante, que transmite confiança e proteção, apazigua a ansiedade, proporciona segurança e calor, unindo a sobriedade com a paixão mais ferrenha.

As luzes densas que se alternam no escuro, de diversas cores ante todas as possibilidades que surgem durante a batalha de amor, entre sussurros, pedidos e exigências.

Os mergulhos nos lagos mornos e rasos, nos quais o pensamento flutua e o corpo descansa livre de qualquer urgência. Viver em vez de sobreviver.

Todas essas grandiosidades não me abrem sorriso tão largo, longo e caloroso quanto a visão celestial que acelera o coração e encanta o pensamento. Não se comparam ao sorriso mais lindo que possuo e que a mim não mais pertence, logo que salta e se espalha pelo mundo, colaborando para o encaixe das belezas naturais do planeta. Sim, nada se compara a esse sorriso confiante e apaixonado que surge instantâneo provocado por apenas um fator crucial: Você!

 

                             Marcelo Gomes Melo

 

Sobre de que o tempo trata

  Chore, não porque o queira, mas porque é necessário Expurgue através das lágrimas esse sofrimento maléfico E indiferente que lhe cor...