O que fazes quando foges de ti
Pelas ruas escuras, molhadas
Pensando em muita coisa sem
Pensar em nada
Vigiando as batalhas enfrentadas
Por outros, em locais permeados
De desgostos
O que urge nesse teu coração atiçado
Na tua boca seca que te cala na marra
Como vais lidar com a tristeza
Absorvendo na pele, entre os poros
Ou exalando veneno através do suor
Derrubando a quem julgas culpado
Por atribuir-te tanta dor
Tanto choro, tantas milhas conquistadas
Por passos em direção ao abismo
Sem capacete, sem nuvens, sem proteção
Marcelo Gomes Melo